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Ontem tive uma notícia que me chocou profundamente. Daquelas notícias que nos contam e que nos recusamos a acreditar. Mas ela está aqui, nas páginas dos jornais.
Um rapaz, que eu conheci nos tempos em que ainda andava de chucha na boca, que passou muitas horas em minha casa quando era miúdo, morreu ontem num acidente de viação. Morreu na idade das experiências, na idade da aventura, na idade em que tudo se arrisca sem medos, na idade em que não se medem consequências, na idade em que ainda se tem uma vida inteira pela frente. Mas ele não a vai ter.
Podia escrever aqui muito mais. Podia dizer o quanto me custou ver terminadas, de formas igualmente brutais, as vidas de outros miúdos que cruzaram a minha vida. Podia escrever sobre a dor em que, tenho a certeza, esta família está mergulhada. Mas há alturas em que as palavras pouco valem.
Desculpem, mas às vezes também é preciso falar de coisas sérias...